Reflexão diária e regulação comportamental

 

O primeiro mês de aulas de uma turma é sempre um tempo de adaptação a uma nova realidade, a novas dinâmicas e rotinas, mas é, sobretudo, uma mudança que necessita acontecer, primeiramente, a nível comportamental, individualmente e coletivamente. Mesmo quando essa mudança acontece em metade da turma, se a restante metade ou mesmo uma terça parte não estiver ainda preparada para um contexto educativo de primeiro ciclo, será muito difícil conseguir o ambiente calmo e estimulante necessário à aprendizagem.

A criação de momentos de pausa e de reflexão ao longo do dia torna-se cada vez mais necessária para suplantar os desafios comportamentais atuais. Atualmente, é difícil para a escola conseguir competir com os contextos individuais de cada criança, no que respeita aos estímulos motivantes e aos baixos níveis de esforço e de foco que lhes são exigidos, o oposto do que as atividades de aprendizagem exigem. Mesmo quando as dinâmicas e atividades são planificadas de forma a serem divertidas, imersas, motivantes e pedagogicamente diferenciadas, o nível gradual de esforço/atenção/empenho que, naturalmente, exigem, parecem ser um obstáculo que, durante dias ou semanas, aparenta ser intransponível.

A introdução de momentos de relaxamento, com música tranquila, pode ser um momento agradável para permitir que haja uma calma necessária que abra as portas à aprendizagem mais eficaz.

O objetivo principal com estes momentos diários de pausa, reflexão e avaliação é que, gradualmente, cada aluno consiga desenvolver um processo de maior autonomia, consciencialização e responsabilização pelas suas ações e atitudes e pelo impacto que as suas atitudes têm nos que o rodeiam. É também muito importante que cada criança consiga entender o seu lugar no grupo e que haja a perceção de que todos os alunos são peças fundamentais de um puzzle cooperativo, mas onde, como em qualquer situação das suas vidas, existem regras básicas de funcionamento, essenciais para que a sala de aula se torne um ambiente enriquecedor e não apenas uma extensão do recreio.

A relação entre alunas e entre alunos e adultos é também essencial para que daí resulte a regulação. A regulação surge da relação, surge da confiança, mas não podemos esquecer também do papel fundamental que a família deverá ter no que respeita ao reforço da importância que, nesta fase estrutural, deverá ser dada às regras e à escola, às atitudes e ao outro, pois é neste mês e meio que se constrói a perceção basilar do que é aprender e do que é saber estar e adaptar o seu comportamento ao contexto em que se encontra.

 

Juntos Somos Mais Fortes!

Juntos Pelo Ensino!

 

Professor Pedro Campos

1º CEB: 1º Ano