A importância do ensino democrático e o conselho de cooperação educativa

 

A escola como nós a vivemos e conhecíamos tem vindo a sofrer inovações muito vantajosas. Uma das inovações é proporcionar um ensino democrático aos alunos. Para tal, um momento fundamental é o Conselho de Cooperação Educativa, que é uma forma de estrutura que tem como objetivo organizar toda a vida escolar, no qual a comunidade escolar, professor e alunos, se reúnem semanalmente e, cooperativamente, discutem e refletem as aprendizagens, as relações sociais do grupo, onde se soluções para as questões referenciadas ao longo da semana, para que, desta forma, haja uma construção coletiva e uma vida comum do todo. Um dos instrumentos mais importantes para que isto seja possível é o diário de turma, onde, durante a semana os alunos escrevem o que gostaram, não gostaram e propõem e, em conselho, os assuntos abordados são discutidos e resolvidos. 

Este é um momento muito enriquecedor uma vez que se desenvolvem várias competências sociais – gestão de conflitos, saber ouvir o outro, identificar ações erradas e compromisso para com a turma -, ao mesmo tempo que se estimula o espírito crítico e o poder argumentativo. É também neste momento que os alunos se sentem ouvidos e que têm uma voz, especialmente quando as suas ideias são postas em prática. 

De facto, o Conselho não é somente uma partilha de poder entre professor e alunos, como também visa o exercício direto da participação democrática na escola e desenvolve moralmente, socialmente e civicamente os alunos. Nesta estrutura dialógica de cooperação os alunos transformam, continuadamente, conflitos do seu quotidiano escolar num dispositivo de autorregulação da convivência, em permanente (re)construção. Tal só acontece, porque neste espaço democrático existe um clima de livre expressão dos alunos, que lhes garante uma participação activa. Daí que possam expor as suas ideias sem que isso dê lugar a julgamentos ou qualquer tipo de penalização. 

O Conselho de Cooperação Educativa é uma estrutura essencial à vida escolar e ao desenvolvimento dos alunos, detendo inúmeras vantagens para os mesmos. Primeiramente, e segundo Louseiro (2011), no CCE, os alunos praticam uma democracia direta com vista ao desenvolvimento sociomoral, integrados em comunidades cooperativas de aprendizagem. Efetivamente, existe um exercício direto de partilha de poder, entre professor e alunos, assim como uma participação democrática, na medida em que os alunos, através de negociações, encontram soluções às questões referenciadas em Conselho, através dos contributos de toda a turma. Além disso, assistimos também a uma promoção do desenvolvimento sociomoral “para cooperação através de cooperação”, bem como o desenvolvimento sociomoral e cívico, uma vez que há uma promoção do autocontrole e da construção de normas e de valores democráticos vividos numa instituição educativa autorregulada por consensos negociados. Existe também uma reflexão da vida em comunidade, ou seja, o Conselho é uma estrutura de mediação que regula a intervenção dos estudantes na atividade social, existindo, assim, uma construção ativa de cidadania na qual tanto a aprendizagem como a convivência são alvos de uma análise crítica e reflexiva coletivamente, através da resolução cooperada dos problemas da comunidade (Serralha, 2007). É ainda importante destacar a importância desta estrutura para os alunos na medida em que se proporciona o crescimento humano e o desenvolvimento sociomoral, através da participação empenhada de cada um na resolução cooperada de conflitos. 

Em suma, o ensino democrático é muito vantajoso a diversos níveis e que deve ser implementado nas salas de aula, uma vez que se trabalham diversas competências. 

 

 

1º CEB: 4º Ano

Professora Maria Alves

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