O jogo de xadrez, pelas suas características, potencia, desenvolve e ajuda a manter capacidades inatas no ser humano, mas que necessitam de estímulos constantes. Aspetos como: concentração, memória, raciocínio lógico e abstrato, criatividade, velocidade de raciocínio, gestão de tempo, capacidade de análise, seleção e decisão, são algumas das valências associadas à prática deste jogo.

Jogar xadrez regularmente trabalha também outros aspetos de índole psico-social, importantes em qualquer idade e decisivos para a vida quotidiana, seja no presente ou no futuro.

O xadrez está associado a uma melhor gestão e “digestão” de vitórias e derrotas, valoriza a relação entre o esforço pessoal e o resultado final.

Pela complexidade que o xadrez pode atingir, jogar xadrez é um permanente desafio, o que faz dele um jogo milenar, praticado por pessoas de todo o mundo, de qualquer idade, sexo, raça, religião ou posição social.

Dado que a prática do xadrez, não requer grandes custos, nem logísticas especiais, pode-se praticar em casa ou no café, em espaços fechados ou abertos, no inverno ou no verão.

O xadrez  é, portanto, e por excelência, um ótimo meio para o desenvolvimento e manutenção intelectual, para além de representar uma forma salutar de ocupação dos tempos livres.

 

Jogar xadrez não tem idade

Exemplo como o de Viktor Korchnoi, que com 80 anos se mantém a jogar ativamente no top mundial, ou o nosso Joaquim Durão (13 vezes campeão nacional) que com 81 anos continua a jogar regularmente em Portugal e no estrangeiro, mantendo por isso mesmo, as funcionalidades cognitivas ao mais alto nível, vem reforçar a ideia de que a prática regular deste jogo, funciona como mecanismo retardador do processo degenerativo inerente ao envelhecimento.

É importante também, neste contexto, referenciar que a prática regular do jogo de Xadrez pode inclusive ajudar a prevenir/evitar o Alzheimer e outros problemas associados ao envelhecimento, existindo já alguns programas formais na nossa vizinha Espanha, através dos quais o xadrez é praticado regularmente nas instituições que acolhem os menos jovens das nossas sociedades.

Naturalmente que investir no crescimento harmonioso dos jovens é uma intenção sempre presente.

O xadrez, por todos os aspetos referenciados anteriormente, é recomendado para os jovens em idade escolar como auxilixar precioso, especialmente pela sua relação com a matemática, disciplina motivo de preocupação de jovens, pais, educadores e pelos responsáveis educativos em Portugal.

O xadrez foi objeto de variados estudos realizados em Portugal e no estrangeiro, que apontam para uma relação, muito positiva entre a prática do Xadrez e o bom rendimento escolar.

Neste sentido, aliás, o xadrez é referenciado como ferramenta complementar no programa curricular de matemática do 1.º ciclo.

O mais recente reconhecimento da importância do xadrez, especialmente em contexto escolar, surge no dia 5 de Março de 2012, através da aprovação pelo Parlamento Europeu de uma declaração escrita sobre a introdução do programa “Xadrez na Escola” nos sistemas de ensino da União Europeia, do qual se apresenta o seguinte trecho:

“…Considerando que, qualquer que seja a idade da criança, o xadrez pode melhorar a sua concentração, paciência e ersistência e pode desenvolver a criatividade, a intuição, a memória, bem como competências de análise e de tomada de decisão; considerando que o xadrez também ensina a determinação, a motivação e o desportivismo;…”

 

“A Água que não corre forma um pântano, mente que não trabalha forma um tolo.” [Vitor Hugo]